quarta-feira, 27 de maio de 2009

Aos amigos

Aproveitando o repentino ânimo e a crescente desinibição dos transeuntes deste espaço, aproveito para me declarar.
(Pausa para um breve momento de tensão da esposa... breve o suficiente para gerar uma expectativa, mas não tão longo que me faça chegar sem os dentes ao trabalho amanhã.)
A declaração vai para os amigos. Vou falar por mim, mas quem quiser que faça uso do espaço, das palavras, da idéia ou da intenção à vontade.
Sabe aquele dia em que você tem que ligar para uma pessoa, lembra disso ao acordar, faz mil coisas o dia inteiro (diversas delas o lembram que você tem que ligar), chega a noite e você pensa em ligar depois do banho e pronto — você acorda no dia seguinte e lembra que não ligou. Já passou por esta situação?
Pois é, penso que às vezes tratamos muitos de nossos relacionamentos como um "grande dia" — que passa e a gente perde uma grande oportunidade de dar importância a quem nos é importante. Em geral, temos esse tipo de revelação em determinado momento da vida em relação aos avós, pais, irmãos ou entes queridos de quem temos grande proximidade.
Então, estive pensando que determinadas pessoas, que não nossos parentes, têm ou tiveram grande importância em nossa vida — durante um período ou grande parte de nossa vida. E, em geral, falamos e fazemos coisas para essas pessoas que clara ou implicitamente demonstram esse sentimento. Mas raras são as vezes em que dizemos a eles que eles são importantes.
Portanto, antes que “meu dia” acabe, vou usar este momento para registrar essa importância.
Tive amigos que vivenciaram trechos da minha vida, uns mais outros menos, e agradeço a todos por tudo. Mas estes certamente estão nas melhores lembranças.
O Tizzatto, o Marcelo e o Beto foram três caras que cresceram comigo, passamos infância e adolescência rindo, brigando e aprendendo juntos. Hoje praticamente não temos contato, acho que os três ainda moram em Dourados. Pelo que sei estão bem.
O Byron eu conheci um pouco mais velho, pouco antes da adolescência. O engraçado é que no início a gente brigava na rua e não se entendia. Com o tempo, esse cara se tornou um irmão que trago no coração — o irmão preto (ou afro-descendente, par não ser processado). O papo, o tereré e os sacode no PS2 são certos toda vez que vou pra Dourados. O legal dessa amizade é que a gente sempre teve muitas diferenças e aprendemos muito crescendo juntos. Havia uma compreensão e parceria quando tudo estava bem e, principalmente, quando não estava. Aprendi com ele o que é amizade.
Meu compadre Herlon (ou João, para os íntimos) apareceu na minha vida já na faculdade, foi meu calouro. A PUC e o grupo que andávamos acabou fazendo essa amizade surgir. No fim da faculdade fomos dividir um apartamento em Copacabana. A amizade já existia, mas criou raízes e ganhou espaço. Aprendi muita coisa com ele e, em troca, a pedido do Bigode e da mãe, não deixava ele fazer muita merda. O custo disso pra ele é que sempre o apresento como minha primeira esposa.
Hoje tenho o magnânimo Nuno, meu melhor amigo de toda Vila Isabel e adjacências (se não menciono vai ser uma ladainha); César (parceiro de vitórias e emoções no Maraca); Eduardo (Arashiro San embora pague pra não falar, quando o faz tem um humor que garantiria seu lugar numa roda de abobrinhas comigo e com o Byron); Anderson (apesar do distanciamento, sua dedicação diante da vida e da família é fonte de inspiração); Fernando (o Velhinho ocupa um papel de amigo, tio, pai emprestado, fiador e que hoje tem lugar cativo no meu coração); enfim...
Para estes, os que não foram mencionados, os que não foram lembrados, os novos amigos e os que estão porvir, deixo meu agradecimento e minha homenagem.


(James Taylor - You've got a friend - ao vivo no Rock n' Rio I)

Vídeo retirado em razão da determinação do Ecad de cobrar para reprodução de vídeos do Youtube.


Obs. quem achar no video Wally dando um tapa na pantera ganha uma mariola vencida.

2 comentários:

  1. Vem cá, vai ficar escrevendo essas coisas bonitas achando que vai me fazer chorar de saudade e pedir para que tudo volte a ser como há 6 anos atrás, quando o Santos não ganhava de 4x1 do Flu nem F...endo, quando tinha que me socorrer (digo, rir de mim) por eu ter sabotado meu dedo no liquidificador, ou quando tinha que fazer salvamentos dignos dos bombeiros mais corajosos numa Copacabana abaixo d´água, ou ainda, quando tínhamos que editar livros sobre como pegar mulher? Tirando e chorar de saudade, vamos deixar como está hoje... Cara, ao teu lado descobri a mulher da minha vida. Tudo bem que ela tenha sido a causa do nosso divórcio. Claro! Você sabe que se não fosse a Rita estaríamos casados até hoje, não? A Tatiana não tinha a menor chance! Já falamos sobre isso. kkkkkk. Bem, graças a evolução de nossa amizade, os homens não dependem mais dos meus conselhos sobre como pegar mulher, não corremos risco de vida em enchentes inacreditáveis em plena Copacabana, e sei que, em hipótase alguma, faça chuva ou faça sol, por mais que a melancia não esteja madura, agora sei que eu não devo enfiar a mão no liquidificador ligado e pressionar a fruta pra ela virar suco. Muito obrigado amigão! Herlon

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  2. Meu consolo é que pelo menos alguma coisa tu aprendeu...

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