quarta-feira, 24 de junho de 2009

Karaokê para surdo-mudo 2

Seguindo o clima, e aproveitando a deixa, coloco outro do gênero.
Esse cara se chama Johann Lippowitz e ele fez isso com algumas músicas, talvez a que as pessoas conheçam mais seja esta do vídeo.
Apesar da legenda, para os que não conhecem a letra, perde-se muito das associações e referências do gestos para as palavras em inglês. Mas ainda assim acho que vale a pena.
Diferentemente do anterior, este cara dificilmente deixa passar uma palavra ou idéia sem um gesto. Acho que o brilhantismo dele está nisso. Mesmo pronomes, advérbios, etc, ele consegue encaixar na mímica.
Enfim, para descontrair mais um pouco...


Vídeo retirado em razão da determinação do Ecad de cobrar para reprodução de vídeos do Youtube.

Karaokê para surdo-mudo 1

Com os cumprimentos do meu supervisor de assuntos gerais, Lord Byron, um video para não deixar esse espaço com cara apenas de sério e reflexivo.


Vídeo retirado em razão da determinação do Ecad de cobrar para reprodução de vídeos do Youtube.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Da série E-mails

Quando nos mudamos para o apartamento onde moramos hoje, no meio de 2007, eu já estava na editora e a Tatiana acabou fazendo a mudança praticamente sozinha, organizou, conferiu, gerenciou, etc.
Nessa época, logo após a mudança, notamos que o chuveiro do banheiro volta e meia “queimava”. Digo queimava porque quando ele voltava a funcionar (entenda esquentar) quando bem entendia. Percebemos que havia algo de podre no reino da Dinamarca.
Para encurtar a história, o banheiro já havia sido muito mexido por “profissionais” (jardineiro, porteiro, faxineiro, etc), ou seja, a parte elétrica e de canos estava uma “beleza”!
Descobrimos que havia um boiler furado e desativado, e solicitamos à imobiliária que trocasse por um que funcionasse. Troca autorizada e a imobiliária manda seus próprios “profissionais” para realizar o serviço. A princípio, neste dia, eles chegaram para instalar o boiler, que fica suspenso, oculto pelo gesso, sobre o boxe.
A narrativa do diálogo abaixo foi feita pela Tatiana, reproduzo-a fielmente para que vocês compreendam, mais uma vez, porque perco cinco anos de vida em decorrência das preocupações que esses e-mails dela geram na minha cabeça.
Os personagens (reais) receberam os nomes pelos quais se chamavam. O termo carinhoso “retardado” foi acrescentado em um momento de estresse profundo, perfeitamente compreensível, após semanas de enrolação.


“O tal de Neguinho apareceu aqui com outro gênio. O Gilmar ainda não deu as caras. Faz, mais ou menos, 40 minutos que os dois energúmenos estão discutindo sobre onde fazer os furos para colocar o suporte do boiler. Eles já furaram metade do banheiro e não encontraram um lugar.

Tu não vai acreditar no que eles fizeram agora... (eu não entendi direito porque estou sentada no computador e não me levantei daqui pra nada). Eles não pararam de discutir um minuto depois que começaram a furar tudo. Mais ou menos 5 minutos atrás o “retardado” que veio junto disse assim:

Ret: Pronto, vâmo colocá o negócio. (acho q era o suporte)

Ouvi um barulho e ele disse assim:

Ret: Ah não, o furo tá trocado. Você não marcô o lugá pra furá?

Neguinho responde assim:

Neg: Eu marquei, tá aí o risco.

Ret: Eu furei no risco e tá errado. Você marcô errado.

Neg: Eu não! Você que é burro e furou errado!

Ret: Eu não! Você marcô errado e eu furei no marcado.

Neg: Ai meu deus! Não acredito! Sai daí, deixa eu fazê.

Momentos de silêncio e, consequentemente, expectativa. Martelo... Furadeira...

Neg: Não tá certo, não cabe.

Ret: Eu disse!

Neg: Você que fez errado.

Ret: Eu não, eu fiz no marcado.

Silêncio...

Neg: Deixa eu pensá.

Silêncio...

Neg: Também, você pegô a broca errada! Com tanta broca que tinha, você pegô a errada!

Ret: Eu fiz com a que você falô pra fazê, ué. A de 10.

Neg: Não era essa de 10, era aquela outra de 10. E o cano agora?

Ret: Que cano?... Mas você é um cara chato!

Barulho de água caindo pelo banheiro.

Ret: Fecha a água.

Neg: Já tá fechada! Que água é essa? Essa é água fria?

Ret: Que água fria?

Neg: Acho que essa é a água fria... que segunda-fêra maldita. Queria que fosse sábado!

Ret: Anda Neguinho... fecha a água... tô ficando todo molhado!

Silêncio...

Ret: Cadê o parafuso?

Neg: Que parafuso?

Ret: Bóra Neguinho, me dá o parafuso que você trôxe.

Neguinho mexe na bolsa, pega alguma coisa...

Ret: Não é esse!

Neg: Foi esse que eu peguei.

Ret: O parafuso não é esse. Eu falei pra pegá o parafuso que tava em cima da mesa! Cadê aquele parafuso?

Neg: Ah... aquele eu não trouxe...

E até agora eles estão martelando não seio quê. Eles simplesmente não conseguem furar a parede (ou concreto). O Gilmar não vem aqui hoje. Em teoria, eles é que vão deixar tudo pronto.
Olha... por Deus, só Chapolim Colorado!”

domingo, 14 de junho de 2009

Especialidade anônima

Certamente você já se pegou pensando, em algum momento da sua vida, em como gostaria de fazer algo de forma tão destacada que fosse lembrado por aquilo — ser um músico em uma banda famosa, um ator conhecido, um médico de renome, um professor adorado, um jogador de futebol idolatrado, enfim...

E quantas vezes você já se pegou pensando, em dias não muito bons, que é apenas mais um. Acredito que por mais confiante e seguro que uma pessoa possa ser, em algum momento esse desejo quase que instintivo se faz presente.

E então, a que conclusão que você chegou? Você é especial por quê?

... breve pausa para reflexão...

Difícil não é?

... mais uma breve pausa para não dizerem depois que não dei tempo suficiente para pensar...

Então, chegou a alguma conclusão? Pois é, mas não se preocupe, eu também não. E certamente a imensa maioria que ler isto também não chegará a uma conclusão (pelo menos até aqui).

Tendo seguido esses passos, me vi na necessidade de encontrar uma resposta para mim. Não entendam mal, não quero um mundo com bilhões de Kakas, Paul Newmans, Mick Jaggers, Sílvio Santos, Lulas, etc; apenas quis entender a minha "especialidade anônima" dentro do meu cotidiano.

A primeira conclusão a que cheguei, no meu caso, é que nunca realmente mergulhei em algo que pudesse me prover tal reconhecimento. Por exemplo, fiz violão durante 2 anos quando era bem menor, hoje não me lembro de quase nada. Mas sempre quis poder tocar numa roda de amigos, ser "o cara do violão". Mas descobri que entre querer ser e ser propriamente, existe uma distância que precisa ser preenchida por aulas, dedicação, tempo, paciência e uma certa dose de dom musical.

Outro exemplo, sou um atleta frustrado, ponto. Não importa de que esporte, seja futebol, basquete, futebol americano, jogo da velha, par ou ímpar, qualquer coisa. Sempre tive uma certa facilidade para o esporte, e tive algum destaque vez ou outra. Mas o não acreditar que aquilo poderia ser uma carreira e não buscar apoio para tornar isso viável, somado ao fato de não estar perto de um grande centro talvez tenham culminado na perda de um armador dedicado para o basquete brasileiro ou de um bom lateral esquerdo para o Fluminense. Paciência...

Eu poderia seguir com outros exemplos, mas acho que a título de ilustração, estes já foram suficientes.

A segunda conclusão a que cheguei, e esta sim é a que importa, é que todos temos essa "especialidade" e ponto final. Quando comecei a pensar nisso fiquei muito preso à "especialidades conhecidas" e esqueci das "anônimas". Sim, porque a vida não é bobó de camarão de domingo a domingo durante os 30 dias do mês. Mais fundamental que isso é o arroz e feijão do dia a dia. O que quero dizer aqui é que não adianta em nada ser ou ter essa "especialidade" reconhecida se você não possui pelo menos uma "anônima". Sem esta, o produto é só embalagem.

Só me resta, então, tentar definir "especialidade anônima". Como verbete, poderia ser:

Especialidade anônima: qualidade não reconhecida ou reconhecida parcialmente, consciente ou inconsciente, manifestada em uma fração de segundo ou anos, que torna o indivíduo, dentro daquele momento, o mais especial, reconhecido e recompensado dos seres humanos.

Exemplos de situações nas quais você pode identificar a confirmação dessa "especialidade":
- um olhar do(a) companheiro(a) logo após uma surpresa boa;
- o beijo de um filho, ou de um pai ou mãe;
- um obrigado sincero de um desconhecido que não esperava uma ajuda;
- o abraço de um amigo que você não vê faz muito tempo;
ou milhões de outras coisas que você, uma vez ciente desta sensação, saberá identificar.

Isto posto, cabe a você descobrir ou reconhecer as suas, todos os dias.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Eu sei...

Adoro surpresas e não acho que temos de esperar o dia oficializado socialmente para nos manifestarmos sobre alguém ou alguma coisa. Mas é claro que essa convenção de se estipular dia disso e dia daquilo tem seu ponto positivo (não apenas para o comércio), pois todos se policiam (uns mais outros menos) para se manifestar de foma mais contida ou eufórica. Mas não importa, com dia ou sem dia o importante é se manifestar.

Então, aproveitando o embalo do primeiro dia dos namorados deste espaço, usarei a escrita e a voz de pessoas diferentes, que com sua maestria conseguiram verbalizar exatamente o que você queria dizer mas não sabia como. O primeiro em relação ao sentimento, o segundo em relação à pessoa amada.

Isso é o que sinto:

Amor é fogo que arde sem se ver

"Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;


É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;


É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.


Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?"


Luís de Camões


E isso mostra como:


Vídeo retirado em razão da determinação do Ecad de cobrar para reprodução de vídeos do Youtube.


FELIZ DIA DOS NAMORADOS!!!