terça-feira, 21 de dezembro de 2010

2010

Não posso deixar o ano acabar sem me despedir dele. Devo isso a 2009, porque peguei pesado com ele.

Mas antes disso preciso pedir desculpas a todos os 3 fãs que acompanham este blog. Os últimos meses de silêncio não significam descaso, apenas um período de readaptação às mudanças ocorridas. De agora em diante pretendo retomar a regularidade dos posts.

Então começo a me despedir de uma forma simples, porém sincera: Obrigado 2010!

Você foi, desde o início, muito generoso comigo e com a minha esposa (tudo bem que para ela a sua generosidade resultou em dias com mais de 24 horas muitas vezes). E olhando para trás vejo que realmente começamos bem com aquela viagem para a Bahia (ver post antigo). O despertar do espírito aventureiro, o renovar dos votos e a certeza da cumplicidade (mesmo quando a viagem parece que vai ser um episódio de “Cilada”).

O estreitamento do laço afetivo de amizade com amigos no trabalho também foi muito enriquecedor, sobretudo para quem tem muitos colegas e poucos amigos. E acho que pude marcá-los de alguma maneira, porque quando saí do Rio recebi um presente que vou guardar na estante e no coração o resto da vida.

Os desafios no trabalho foram muitos, como sempre. Mas este ano saí da minha zona de conforto para poder me aventurar e aprender um pouco mais sobre esse mundo encantado das publicações. Aprendi muito no pouco tempo em que exerci a função, mas infelizmente por um lado, e felizmente por outro, não pude dar continuidade ao trabalho porque você, 2010, me reservou uma surpresa inimaginável.

Nunca há concurso para quem fez Letras, a não ser que seja para lecionar. Eu nunca tinha feito concurso. Eis aí uma equação que tinha tudo para dar errado. Não apenas fiquei sabendo através de uma amiga, como fiz e passei. E após algum tempo de apreensão, doses de acaso e um punhado de inteligência emocional, 2010 me presenteou com a possibilidade de concretizar um sonho meu e da minha esposa de mais de sete anos e que estávamos quase certos de que não realizaríamos mais – ir para uma cidade menor, com mais qualidade de vida, estar mais próximo da família e poder trabalhar naquilo para que estávamos nos preparando. É bem verdade que o sonho não está completo, temos alguns passos a dar e obstáculos a enfrentar. Mas estamos bem encaminhados.

E 2010 foi tão generoso que já de saída nos presenteou com o Kinho, que chegou para abençoar a casa da minha cunhada e do marido e, consequentemente, a dos padrinhos também.

Não posso esquecer (é tipo, não esqueceria) de mencionar o último jogo do tricampeonato brasileiro. Neste, senti-me dentro de uma das crônicas de Nelson Rodrigues, ou até do Veríssimo, se quiser acrescentar um pouco de humor. O jogo começou eu estava no ar; desci em São Paulo no fim do primeiro tempo; acompanhe os melhores momentos na televisão de uma cafeteria cercado de “manos” e “minas”; assisti até o gol do Emerson, comemorei e corri para embarcar; ouvi os últimos minutos por uma rádio paulista com um fone de ouvido escondido por dentro da blusa e olhando para a janela para não tomar esporro da aeromoça; e vibrei sozinho no apito final com um soco na perna e um urro contido durante a decolagem. Os tricolores que me lêem sabem, quando percebi que seria muito difícil conseguir, senti que o título estava mais perto.

E para fechar o ano com chave de ouro, cá estou, escrevendo de Bonito, após quatro dias de grutas, cachoeiras, rios, botes, peixes e degustações que variaram de capivara, javali, tartaruga, coxa de jacaré, pastel de pacu, até um X-jacaré. Uma viagem maravilhosa, para celebrar um ano maravilhoso, que terminará com Natal e Ano Novo em família.

É por esses motivos, e muitos outros, que repito: Obrigado 2010!



Que venha 2011!