terça-feira, 10 de novembro de 2009

Sentidos

Outro dia vi em um programa na televisão, não me lembro qual (se alguém disser Saia Justa eu nego), alguém falando do olfato. A Mônica, digo, pessoa dizia algo sobre o olfato ser a “verdadeira memória”.

Fiquei pensando naquilo, nos momentos em que diferentes aromas nos levam a diferentes lugares, nos transportam para momentos específicos ou nos trazem a presença de pessoas que há muito não vemos. Achei pertinente.

Então, logo em seguida fiquei tentando lembrar do cheiro mais antigo que tenho recordação. Confesso que chegar nele foi difícil, mas assim que me lembrei dele tive certeza de que era a minha memória olfativa mais antiga. Papai e mamãe que me perdoem, mas o cheiro da Vó Neide levou essa.

Ao tentar me recordar dos cheiros, invariavelmente me vinham à mente sons, gostos, imagens, toques e diversas outras memórias. Então percebi que estava sendo injusto com os outros sentidos. Eu havia adotado o olfato como principal e negligenciado os outros que, particularmente, considero igualmente importantes.

Como já era tarde, minha esposa estava viajando e o sono havia saído e me deixado na mão, continuei com o exercício. E acho que consegui identificar em cada sentido, a mais antiga lembrança.

As minhas lembranças eu partilho abaixo. E você, já parou para tentar identificar essas lembranças? Posso dizer, por experiência própria, que a viagem vale à pena.

Se também quiserem compartilhar, sintam-se à vontade.



Olfato: cheiro da minha avó.

Paladar: torta de banana da minha mãe (nem é tão antiga assim... a lembrança).

Tato: colo da minha avó (a mesma do cheiro) e a mão da minha mãe (me dou ao direito de escolher duas nesse caso porque confesso que não consegui identificar a memória mais antiga).

Audição: o assovio do meu pai, que tinha um alcance absurdo e era o sinal para voltar para casa porque estava na hora de tomar banho.

Visão: um camping com muita gente e eu a caminhar bem... digamos... “naturista”.

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