Maricota chegou finalmente, após uma longa espera e muita expectativa, ela chegou. 3,645kg e 50,5cm de gostosura.
Acompanhei o parto, tenso, aflito, nervoso. Mas ao contrário de todas as apostas, resisti bravamente em pé, ao lado da minha rainha, falando em seu ouvido, até que Mari fosse retirada. Neste momento, ergui a cabeça e vi a nossa filha chegar. A beleza do momento, registrado em fotografia e na minha mente, sobrepõe todos os aparelhos, o sangue, os médicos, o ambiente, tudo. Meu coração batia tão forte que eu literalmente o sentia e escutava.
Ela saiu, esboçou um choro discreto, foi enrolada e levada para o beijo e o seio materno, estava em casa. Eu, naquela momento me contentava com o papel de sentinela, fiscal, policial.
O pediatra a levou e antes que ele saísse da sala de cirurgia, perguntei ao meu amor se ela estava ok. A vontade era de me rasgar ao meio ali mesmo: queria estar ao seu lado passando tranquilidade e segurança; mas, ao mesmo tempo, o instinto me guiava para acompanhar a cria onde quer que ela fosse. Com a anuência semiconsciente da minha melhor metade, segui farejando o caminho e a cria. "Isso é pra que?", "Está ok?", "Isso é normal?", "É assim mesmo?", devem ter sido 4 das 153 perguntas que fiz ao pediatra e à enfermeira que a limpavam antes de mostrarem-na às avós e à tia.
Dispensado pelo pediatra, convenci a enfermeira que precisava ficar com minha esposa e ela me levou de volta ao centro cirúrgico. Como ela já estava sedada, foi convencido de que não fazia mais sentido continuar ali e subi ao quarto para duas horas de uma ansiedade absurda até que minhas duas jóias chegassem.
Mari foi para o banho e, depois, estávamos os três finalmente juntos.
Uma família se formava; uma vida chegava; duas renasciam para uma realidade que só é revelada àqueles que se dispõem à jornada.
Se estou feliz? Se perguntas é porque não falaste comigo ou não viste as fotos.
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