Há três anos fiz dois títulos de capitalização, um no meu nome e ou no nome da Tatiana. Ambos chegaram ao fim no início de março. Um foi depositado direto na conta e o outro não. Estranhei e entrei em contato com o Real, que me encaminhou para o setor de “Capitalização”.
Fui informado que Tatiana teria de ir até a boca do caixa para retirar o valor, pois o título estava no nome dela. Detalhe, a conta é conjunta (aqui faço uma pausa para introduzir e apresentar pela primeira vez um conceito que irá repetir-se ao longo deste breve relato, o famoso Foda-se!). Então, sem mais delongas, foda-se que a conta é conjunta, afinal de contas faz todo o sentido você poder contratar, debitar na conta, mas não pode receber na mesma.
Uma semana depois, Tatiana dirigiu-se a uma agência em um shopping. Quando chegou ao caixa foi informada de que não havia nenhum valor associado nem ao nome dela nem ao CPF. Entramos em contato com o setor de capitalização e fomos informados que havia um prazo para a retirada do valor e que se o mesmo não fosse retirado neste prazo e retornaria para o setor de capitalização e precisaria ser solicitado novamente. Detalhe, estava sendo informado disso pela primeira vez. Perguntei o prazo e escutei 10 dias úteis. Cálculo rápido e ainda estávamos entro do prazo. Então, foda-se o prazo dado, o que vale mesmo é o banco querer que esteja lá ou não. Tatiana foi, então instruída a aguardar cinco dias e entrar em contato com o SAC para solicitar que o dinheiro fosse novamente disponibilizado para ela retirar. Recapitulando, ela saiu mais cedo do laboratório, deslocou-se até uma agência do banco para tirar um dinheiro que é dela, que burocraticamente não foi depositado na conta corrente e sim disponibilizado no caixa, entro de um prazo que eles mesmos estipularam, o dinheiro não mais estava lá, ninguém resolveu nada e ela é quem teria e ligar para o SAC e pedir que o enviassem novamente. Foda-se o seu trabalho, foda-se o seu tempo, foda-se a sua rotina, foda-se tudo e qualquer coisa!
Liguei para a Ouvidoria para fazer a reclamação e pedir uma satisfação sobre o que estava acontecendo. Após o relato, fui informado que em um prazo de cinco dias úteis eu receberia um retorno sobre o que estava acontecendo e o que precisaria ser feito dali pra frente... ou seja, ganhei um foda-se também da Ouvidoria!
Os dias se passam e Tatiana recebe um e-mail do banco informando que ela teria um novo prazo para comparecer a qualquer agência para retirar o dinheiro. Já calejada, ela foi no dia seguinte novamente até a mesma agência. Ao ser atendida, foi informada novamente que nenhum valor havia sido disponibilizado nem para seu nome nem para o CPF. Outro foda-se!
Ela me ligou e eu fui até uma agência do mesmo banco no Centro para tentar uma solução. Para a minha sorte, a gerente que me atendeu, a Margaridângela (os nomes serão trocados para evitar retaliações, mas quem descobrir os dois ganha uma paçoca), conhecia o Caetanoson, gerente da agência do shopping. Ela, então, puxou o telefone e os dois velhos amigos começaram a conversar. Explica de lá, explica de cá, ambos viam no sistema o dinheiro disponibilizado, mas por alguma razão “sistêmica” não estavam conseguindo efetuar o pagamento no caixa. Olha o foda-se aí gente!!!
Enquanto isso Tatiana comigo no celular, em tempo Real (com o perdão do trocadilho), narrava que Caetanoson entrava em uma sala, saía de outra, ia no computador, fazia polichinelo, pulava num pé só, etc. Margaridângela e Caetanoson desligaram; nós também.
À noite, em casa, Tatiana contou que teve de ouvir do gerente:
- Se a senhora quiser, deixe uma autorização que eu retiro o valor quando ficar disponível e me comprometo a entregá-lo assim que retirar. (Cá entre nós agora o foda-se vai pra ele!)
Após observar a cara de Miss Limão da minha irritadiça “senhoura” o dito emendou de prima!
- Ou a senhora aguarda cinco dias e entra em contato com o SAC novamente para tentar ver o que está acontecendo. (Mais um foda-se para encerrar a participação de Caetanoson.)
Contei a ela, também, o que ouvi de Margaridângela:
- Meu amor, o Caetanoson trabalhou com capitalização, inclusive ganhou prêmio. O problema não está entre o monitor e a cadeira. O que você tem que entender é que a capitalização é controlada por uma empresa em São Paulo, eles é que têm de liberar esse valor. Se você não retira no prazo, o dinheiro volta pra lá e tem todo um trâmite, enfim. Eu estou visualizando que o valor está disponível, o gerente lá da outra agência também, só que ele não está conseguindo que isso seja feito no caixa. (permitam-me colocar em caixa alta: FODA-SE!)
Resumindo, a Capitalização funciona, o Banco também, o sistêma é ótimo e permite a visualização do dinheiro, Caetanoson é competente e inteligente, Margaridângela é bem relacionada e gentil, está tudo na mais perfeita ordem. O único detalhe é que eu não consigo pegar a porra do meu dinheiro!
Nesse momento de aquisição do Real pelo Santander, me peguei querendo parabenizar o pessoal do Real por ter conseguido passar pra frente a trolha. Só fico com pena de quem assinou o cheque lá no Santander... está prestes a ver a merda que fez!
Enfim, para finalizar, ainda estamos sem o dinheiro, aguardando um retorno do banco, do SAC, do Dunga, de Cristo, de qualquer um. Mas continuamos com fé, afinal de contas, mesmo não tendo sido sorteados ao longo do período da capitalização, a gente tem esperança de dar a “sorte” de ter de volta um dinheiro que já é nosso.